[Conto]
Antes de regressar à lezíria, Manuel Milho contou uma última história sobre aquele rei, o tal cuja rainha, desejosa de se tornar apenas mulher, se sumira com um ermitão.
O rei orgulhava-se de ter um camareiro que todas as manhãs lhe cobria as unhas das mãos e dos pés com uma fresca camada de oiro fino. No entanto, à sombra do escandaloso desaparecimento da rainha, qualquer demonstração de poder e riqueza só ampliava por contraste a sua fragilidade. Mulheres havia a rodos e em muitas se havia já conchavado, mas que a rainha, mãe do rei futuro, preferisse um ermitão de unhas encardidas, era coisa para o fazer arder de raiva e humilhação. Onde quer que fosse, havia uma voz ou entre a multidão ou na sua cabeça que troçava “pode ter unhas douradas, mas não tem unhas para a rainha” ou “ tão grande a coroa como a cornadura”.
O resto do meu conto pode ser lido aqui.
Se preferirem ouvir, leio para vocês abaixo :)
Projeto Rota do Memorial do Convento:
Em “Memorial do Convento“, Manuel Milho era um trabalhador da construção do Convento de Mafra, conhecido como um bom contador de histórias.
Todos os meses convidamos um jovem escritor a criar uma pequena história que poderia ter sido contada pelo próprio Manuel Milho.
Descubra já esta história que o levará a viajar por novos lugares!